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sábado, 26 de diciembre de 2020

Cuento de Navidad 2020. Relevo


—¿Abuelo?

El anciano mueve la cabeza con lentitud sobre la almohada. Me mira sin abrir los ojos. Sus párpados oscilan. Se abren y vuelven a cerrarse varias veces hasta que consigue mantenerlos abiertos. Ahora, son sus labios los que tiemblan tras la frondosa barba blanca. Lo intenta pero, solo consigue un sonido gutural acompañado de una tos que rasga su garganta.
Aprieta los párpados, arruga la nariz y en su frente se marcan las cicatrices de la edad.
Tras unos segundos, su rostro se relaja.
Vuelve a mirarme, esta vez con los ojos muy abiertos y con su última sonrisa me habla.

—Nicolás, ahora te toca a ti regalar Felicidad.

Imagen Pixabay

martes, 22 de diciembre de 2020

A JUSTIÇA SEMPRE CHEGA

A JUSTIÇA SEMPRE CHEGA

José Cascales Vázquez

Tradução de Paulo Soriano


Publicado en

https://www.contosdeterror.sitesite/2020/12/a-justica-sempre-chega-conto-de-terror.html?spref=fb&m=1

Tantas horas de fuga esgotaram todas as minhas reservas de energia. Minhas pernas param de responder, meus joelhos se dobram sem permissão e meu rosto sente o impacto do chão. Eles vão me capturar; tenho que continuar.  Levanto-me e corro em direção à casa que meus olhos não conseguem enfocar.

A porta está aberta. Alguém a abandonou às pressas.  Subo as escadas e desabo ao entrar num quarto. Desta vez, sinto dificuldade em me erguer, até os meus braços recusam-me a ajuda. Consigo penetrar o interior do vestíbulo. Meu coração se queixa, cada batida me causa um ardor insuportável. Tento controlar minha respiração... o silêncio desaparece com a chegada de vozes distantes.

Farejo a aproximação desses monstros, imagino-os lambendo os lábios, rindo, seus os olhos avermelhados... Eles querem me torturar, me matar... Malditos!

Não param de fazer barulho, de gritar pelo meu nome, mas já não tenho forças para fugir, vou continuar a me esconder, sem me mexer, quase sem respirar... talvez sigam adiante, talvez não me vejam, talvez... Eles querem o meu sangue!

Estão vindo. Sobem as escadas até o quarto; parecem três, e são muitos para este corpo cansado e malferido; talvez eu possa com um deles, mas vou sucumbir matando.

— Já estamos aquiiiiiii, Frank! Desta vez, você não vai escapaaaaar!

Predadores! Sentem-se vitoriosos quando percebem que suas presas estão encurraladas.

Abro a porta e saio para encontrá-los. Três lanternas me iluminam e corro em direção a eles, gritando:

— Vocês não vão cravar as estacas em mim!


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